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domingo, 1 de junho de 2014

Oscarito

O humorista Oscarito
A expressão gaiata, o sorriso brejeiro e o olhar maroto de Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Teresa Dias, mais conhecido como Oscarito, não se perderam com o passar dos anos; permanecem registrados em fotografias e filmes do ator. Nascido em Málaga, na Espanha, no dia 16 de agosto de 1906, filho dos artistas Oscar e Clotilde Teresa, descendentes de famílias com tradição circense de 400 anos, tinha pouco mais de dois anos de idade quando seus pais vieram para o Rio de Janeiro, contratados pelo Circo Spinelli. 

Sua tia paterna, a trapezista e acrobata Lili Cardona, casada com o palhaço, acrobata e trapezista, Juan Cardona, foi a pioneira dos Teresa no Brasil.
No circo, Oscarito começou a participar de um número de acrobacia com a mãe e a irmã Lili e, com cinco anos, estreou no palco vestido de índio, ao lado do palhaço e ator negro Benjamin de Oliveira, embranquecido com alvaiade ou farinha de trigo, para viver o índio Peri, na peça O Guarani, livre adaptação do romance de José de Alencar.
 Sua família, ao percorrer diversos estados do Brasil, proporcionou-lhe um bom aprendizado circense . Seu verdadeiro teste diante de uma plateia aconteceu ao lado de sua mãe e irmã, numa peça de Carlos Cavaco, encenada no Grande Circo Americano, do empresário Rizzoli, Rio Grande do Sul. Por volta de 1926, foi convidado a trabalhar no Circo Democrata, no Rio de Janeiro, onde atuou em dramas, comédias, revistas e farsas.
O ano de 1932, decisivo para a sua fabulosa ascensão no teatro de revista. A crítica repara em sua atuação.
Em Elas por Elas, de Joracy Camargo, o ator continua bem-visto pela crítica a ponto de receber uma proposta de Jardel Jércolis, empresário da Companhia de Sainetes e Revistas Tro-lo-ló, para estrear no Teatro Carlos Gomes em Salada de Frutas, de Alfredo Breda e Miguel Santos, ao lado de Araci Côrtes, formando uma das duplas mais famosas do teatro de revista brasileiro.
Segundo Oscarito, os atores que mais o influenciaram no início da carreira foram seu tio espanhol Juan Cardona, palhaço de circo, e Pablo Palitos – também espanhol, criado na Argentina e com carreira nos palcos cariocas. 
Em 1933, excursiona com a companhia de Jardel Jércolis em Portugal e consegue muito sucesso. Faz sua primeira figuração no cinema em A Voz do Carnaval, da Cinédia, direção de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro e, no ano seguinte, em outubro, casa-se com a atriz Margot Louro, que além de esposa tornou-se sua parceira artística. Ele fazia o cômico, ela a ingênua e, mais tarde, a esposa repressiva. Tiveram um casal de filhos Myrian e José Carlos. Participou em 1935 de Noites Cariocas, da Uirá Filmes, dirigido pelo argentino Enrique Cadicamo. Oscarito Brenier aparece como “o homem do bar”, ao lado de Mesquitinha e Grande Otelo. Em 1936, trabalha com Carmem Miranda na produção da Cinédia-Waldow, Alô, Alô, Carnaval!, direção de Adhemar Gonzaga. O elenco, bem heterogêneo, contou com a participação de atores de comédia, atores do teatro de revista e cantores do rádio.
Seu primeiro papel de destaque na tela foi em 1939, como chefe da campanha publicitária a favor da banana da imaginária ilha Bananolândia, no filme Banana da Terra,  e que consagrou o samba O Que é Que a Baiana Tem?, de Dorival Caymmi, com Carmem Miranda. Em 1944, com Tristezas não Pagam Dívidas, de José Carlos Burle e Rui Costa, Oscarito inicia sua fulminante trajetória de sucessos na Atlântida. 
Oscarito e Grande Otelo
A famosa parceria entre Oscarito e Grande Otelo consolidou-se em 1945, a partir de Não Adianta Chorar, sob a direção de Watson Macedo. A “dupla do barulho” protagonizou cenas antológicas para a história da chanchada. A última participação de Oscarito na Atlântida foi Entre Mulheres e Espiões, realizado em 1962, sob a direção de Carlos Manga.Encerrou, definitivamente, sua carreira no cinema, em 1968, com Jovens pra Frente.  Oscarito atuou em 46 filmes, rodados entre 1933 e 1968.  Oscarito criou a Companhia de Comédias Oscarito & Família, junto com Margot Louro, Myrian, seu tio Afonso Stuart e sua esposa Pola Leste.  (mas não aceitou) convites para trabalhar em Hollywood, foi contratado pela rádio Tupi, compôs músicas para filmes e revistas e atuou na série Trapalhadas do Oscarito,  na extinta TV Tupi. Naturalizado brasileiro em 1949, nunca se considerou espanhol e soube como ninguém representar o jeito carioca de ser: “Sou, ou não sou o ‘malandro carioca’?”. Faleceu em 4 de agosto de 1970, aos 64 anos de idade. 

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